Já pensou usar a ciência nas estratégias de marketing? Com o Neuromarketing é possível.
Mas antes de explicar como se coloca ele em prática, é importante entender um pouco sobre seu conceito.
Entenda o conceito
Como você já deve ter percebido, neuromarketing é uma junção de outras duas palavras: neurologia e marketing.
Essa área de estudo usa a ciência para compreender quais estímulos influenciam o cérebro nas tomadas de decisão.
O termo se tornou popular pelo professor Gerald Zaltman.
Com a ajuda da tecnologia e da ciência, Zaltman usou a ressonância magnética para mapear como os estímulos de marketing influenciavam as atividades cerebrais.
A intenção era descobrir como esses estímulos determinavam ações do consumidor.
A estratégia é identificar o que leva uma pessoa comprar ou não algo.
Hoje, o neuromarketing é considerado uma ferramenta de marketing.
E seu método é utilizado por muito profissionais da área para elaborar e validar campanhas de marketing.
Neuromarketing na prática
O que leva um consumidor a clicar no anúncio? O faz um usuário assistir um vídeo de anúncio completo?
Essas são algumas das perguntas que o neuromarketing procura responder.
E mais do que só questionar o por quê de uma pessoa ter ou não gostado de um produto ou anúncio, o neuromarketing busca entender o subconsciente dela.
Por exemplo, você até pode perguntar para um cliente o que levou ele a escolher a embalagem vermelha de um produto e não a verde.
Mas dessa forma você terá apenas a opinião pessoal dela.
Já com o neuromarketing, a resposta seria muito mais precisa.
Isso porque com a observação das atividades cerebrais, é possível saber exatamente o que motivou o comportamento daquela pessoa.
Quais informações conseguimos com o neuromarketing?
Para saber o que gera as tomadas de decisão, é muito importante entender o que acontece no inconsciente.
E para ajudar nesse objetivo, o neuromarketing se utiliza da Teoria do Cérebro Trino.
Essa teoria foi desenvolvida pelo neurocientista Paul MacLean em 1970.
Ela divide o cérebro humano em três partes: Neocórtex, Cérebro Límbico e Cérebro Reptiliano.
O Neocórtex é a parte responsável pelo raciocínio lógico. Com ele, os seres humanos conseguem também pensar de forma abstrata.
O Cérebro Límbico armazena a memória e controla as emoções. Ele pode apresentar atividade quando estimulado por um dos 5 sentidos.
O Cérebro Reptiliano é chamado assim por controlar as funções primitivas e básicas da sobrevivência humana, como sono, fome, proteção.
A neurociência é capaz de identificar qual dessas áreas foi ativada depois de receber um estímulo de marketing, por exemplo.
Pode ser que a área cerebral ativada mude de acordo com o objetivo da campanha de marketing.
O neuromarketing ajuda a entender qual parte do cérebro é acionada primeiro depois que uma mensagem é passada.
Assim, é possível saber se um anúncio estimula primeiro a área instintiva, o lado racional ou emocional.
Com isso as estratégias de marketing podem ser aprovadas ou melhoradas para obterem mais eficiência.
2 exemplos de Neuromarketing na prática
Talvez o mais famoso teste de preferência de marcas seja entre Pepsi e Coca-Cola.
Desde a década de 1970 pesquisas são realizadas para saber qual das duas é a preferida.
Na pesquisa, um copo contendo cada bebida é entregue para os degustadores.
Detalhe: os participantes não sabem qual bebida estão tomando.
Essas pesquisas ficaram conhecidas como “Desafio Pepsi”, já que a Pepsi sempre ganhava em disparado da Coca-Cola.
Mas como a Coca-Cola seguia liderando no mercado, os pesquisadores resolveram realizar outra pesquisa, desta vez usando ressonância magnética.
E o resultado foi mesmo, os participantes ainda optavam pela Pepsi.
Entretanto, em outras pesquisas que informavam qual bebida do degustador estava prestes a experimentar, a mais escolhida era a Coca-Cola.
E o que essas pesquisas revelam?
Quando os degustadores experimentavam as bebidas sem saber qual estavam bebendo, a Pepsi era escolhida pela parte racional do cérebro.
Já quando sabiam de quais marcas se tratava o experimento, os participantes escolhiam a Coca-Cola pela parte emocional do cérebro.
As emoções ativadas pela Coca-Cola tinham ligação com os comerciais da marca, sua cor, aroma e também com a relação da marca com a infância dos participantes.
Apesar da área racional e emocional serem estimuladas na degustação, a emoção ganhava da razão quando os participantes sabiam de que se tratava da Coca-Cola.
Por isso, muitos pesquisadores acreditam que a emoção proporcionada pelas sensações é o que conquista os consumidores.
Caso Hyundai
Para avaliar um dos seus protótipos de carros, a Hyundai recorreu ao neuromarketing como estratégia.
A partir do uso de bonés com eletrodos, 30 participantes examinaram um protótipo por uma hora.
Com o experimento foi possível avaliar as atividades cerebrais que cada recurso do carro proporcionava.
Isso permitiu a marca saber quais estímulos mais influenciariam a decisão de compra de um cliente.
5 dicas de neuromarketing
Reproduzir a pesquisa realizada pela Hyundai pode requerer um investimento alto.
Bem alto. Na casa dos milhões.
Embora esses experimentos estejam muito acima do orçamento de várias empresas, existem boas práticas que podem ser seguidas facilmente.
1: Dê mais espaço para as imagens
Imagens costumam funcionar melhor que textos em posts e anúncios.
Isso não significa que você não pode usar texto, mas quer dizer que usar menos texto e favorecer a imagem tem um impacto mais positivo para os consumidores.
2: Aposte na psicologia das cores
As cores são capazes de proporcionar emoções e sentimentos nas pessoas.
E segundo um estudo, 90% das decisões de compra tiveram influência das cores da marca.
Pesquise um pouco sobre o impacto que cada cor transmite para acertar ainda mais nas suas campanhas.
Sites como o Coolors e Web Colour Data oferecem paletas de cores para você escolher.
3: Humanize suas imagens
Imagens com rosto de pessoas reais criam uma aproximação maior com o consumidor.
Saiba contar histórias e transmitir sentimentos com as fotografias.
4: Use gatilhos mentais
Quantas vezes você já impactado por frases como “Somente hoje nos cinemas” ou “Última vagas”?
Esses são dois exemplos de gatilhos mentais de escassez que costumam mexer com o inconsciente das pessoas.
Isso acontece porque frases como essas criam a sensação de urgência e levam à tomadas de decisões rápidas.
5: Tome cuidado com a tipografia
Já imaginou escrever uma campanha lindíssima, mas que no fim seu público não consiga ler direito por conta da tipografia?
Por isso, escolha bem as fontes das letras que você pretende usar em seus textos e imagens.
Porque usar essas estratégias no marketing?
O neuromarketing é uma ferramenta de marketing que pode ser usada à favor das marcas.
Ele permite conhecer profundamente o consumidor e direcionar melhor as campanhas.
Além disso, ele também pode proporcionar experiências melhores para os clientes.
A palavra-chave para entender o neuromarketing é sentir.
Isso mesmo.
Sabe aquela famosa frase “precisamos pensar como os clientes”?
Ela não funciona 100% para o neuromarketing.
Com esse novo conceito de marketing, as marcas precisam sentir como os clientes.
Porque o que vale é o seguinte: as pessoas dizem o que pensam, mas fazem o que sentem.
O neuromarketing está relacionado a parte primitiva do cérebro.
Ou seja, ao cérebro reptiliano.
Aquele que controla as funções e instintos mais primitivos dos seres humanos que falamos lá em cima.
Portanto, sua função ao se comunicar com seu cliente é atingir, despertar essa região dele.
Pois assim, seu cliente será impactado e tomará ações que vão além do consciente dele.
Entendeu como o neuromarketing funciona? Compartilhe esse artigo com seus amigos e conte o que você aprendeu!